O título da exposição é retirado de um livro co-escrito por Bruce Chatwin e Paul Theroux, em 1992, baseado em suas impressões da Patagônia.
Thiel experimentou (há 15 anos atrás e pela primeira vez) a beleza crua e intemporal de uma das mais puras, antigas e únicas paisagens do planeta. Em 2011 e 2012, ele retornou à Patagônia em várias visitas, para criar este novo corpo de trabalho no qual vira a câmera sobre as enormes formações de gelo glacial no Parque Nacional Los Glaciares na Patagônia, Argentina, que faz parte do Campo de Gelo Patagônico do Sul, a terceira maior geleira do mundo.
As imagens resultantes são uma meditação assombrosa da majestade e resistência, bem como da fragilidade e inerente ameaça de extinção, destes sublimes “edifícios” congelados.
Thiel captou infinitas variações de azuis, cinzas, carvões e brancos nas superfícies altamente texturizadas e densamente detalhadas destas “paredes” simultaneamente fascinantes e ameaçadoras. Formas que parecem quase sobrenaturais, picos, penhascos e estruturas de gelo, com milhares de anos de idade, muito mais antigas do que qualquer construção humana. Linhas infinitas gravadas pelo tempo em paredes de gelo majestosas, que se erguem centenas de metros acima do Lago Argentino e de seus arredores de montanhas e vales.
Inspecionando esta arquitetura orgânica com o seu olho sensível ao detalhe e composição, com um foco quase arqueológico e um senso pictórico de abstração e cor, Thiel espalha seus 20 anos de envolvimento duradouro com temas de temporalidade, decadência e transformação (encontrados na rápida evolução da pós-unificação da topografia urbana de Berlim) sobre o ritmo mais pesado da pré-história.