Chineses, japoneses, coreanos e filipinos representam 15% do total, chegando a mais de 300 pessoas; muitos chegam com visto de turista.
São Luiz – Maranhão, 13 de novembro de 2013.
Segundo a Superintendência Regional da Polícia Federal no Estado, o grupo de estrangeiros que mais cresceu nos últimos anos foi o de asiáticos. Vindos de países como a China, Japão, Coreia do Sul e Filipinas, principalmente, eles representam 15% do total, chegando a mais de 300 pessoas. A maioria se instalou na Rua Grande, onde atua no comércio informal, o que provoca reclamações de comerciantes por causa da concorrência desleal e da falta de fiscalização dos órgãos de combate ao comércio de produtos falsificados.
A partir das 18h30, coreanos, chineses e outros asiáticos se misturam com o fluxo intenso de pessoas que saem das lojas no Centro e transitam pela Rua Grande e transversais. Divididos em duplas ou trios, eles organizam rapidamente suas mercadorias em lonas espalhadas pelas calçadas e, em menos de uma hora, conseguem fechar negócios rápidos e lucrativos para os vendedores e compradores, as conhecidas ‘pechinchas’. Muitos têm lojas em ruas como a de Santana.
O delegado de Imigração da Polícia Federal (PF), Luís André Lima Almeida, informou que há 309 asiáticos com visto dentro do prazo para permanecer no estado, 115 chineses, 92, filipinos , 57 sul-coreanos e 45 japoneses. Desse total, a maioria, garante, está em São Luís. “Nós não sabemos quantos imigrante ilegais há na cidade, mas acreditamos que o número de imigrantes irregulares supera o do que estão legalizados”, comentou.
Turista – Segundo ele, os asiáticos estão imigrando para diversos países do mundo, inclusive o Brasil. Para facilitar sua entrada nos países, eles requerem o visto de turista que, no Brasil, é o mais fácil de ser concedido, mas chegando aqui eles começam a desenvolver atividade remunerada, o que é vetado pela legislação. A estada de um estrangeiro portador de visto de turista no Brasil não pode ultrapassar 180 dias, por ano.
Pelas informações da PF, os asiáticos que chegam com visto temporário de permanência em muitos casos conseguem ‘brechas’ na legislação, que permite sua permanência em definitivo no município. Uma dessas ‘brechas’ está ligada às mulheres asiáticas. Algumas delas chegam a São Luís grávidas, próximo de darem à luz uma criança. Com um filho nascido na capital maranhense, os pais têm condições de solicitar o visto de permanência. “O nascimento de filhos ou casamento é o principal mecanismo que estrangeiros irregulares utilizam para conseguir o visto permanente”, frisou.
Além disso, muitos imigrantes asiáticos que estavam em São Luís de forma ilegal deram entrada em sua anistia migratória, sancionada em julho de 2009, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse projeto permitiu que os estrangeiros em situação irregular no Brasil, até o dia 1º de fevereiro daquele ano, regularizassem sua situação e tivessem liberdade de circulação, direito de trabalhar, acesso à saúde e educação públicas e à Justiça.
Legalizados – Mas, entre os asiáticos, há muitos legalizados, como o chinês Nin Sung. Ele mora no Brasil há 18 anos e teve dois filhos no país. Há 15 anos ele se mudou para a capital maranhense, onde montou uma loja na Rua de Santana e vende produtos diversos. Com ele, trabalham a irmã, um sobrinho, três amigos asiáticos e seis brasileiros. “Todos os meus produtos têm nota fiscal, mas quando fazem fiscalização levam tudo e só depois perguntam se eu estou legal”, reclamou.
Nin Sung, que tem 41 anos, disse que decidiu vir para o Brasil porque não tinha oportunidades de trabalho na China. Ele chegou inicialmente a Fortaleza, onde morou por cinco anos, mas foi em São Luís que constituiu família e montou seu negócio, onde vende produtos importados, como diz. “Aqui é um país bom para se viver. As pessoas são tranquilas. Na China, tem muita gente, pouco trabalho. Aqui você vive de forma mais livre”, afirmou.
Os filipinos representam o segundo maior grupo asiático na capital. A maioria vem como tripulante nos navios que atracam no Porto do Itaqui. Muitos desembarcam e se estabelecem na Ilha. De acordo com o delegado Luís André Lima Almeida, o Serviço de Inteligência da PF cataloga os imigrantes ilegais e envia uma notificação pedindo que se regularizem. Caso isso não aconteça, são feitos os procedimentos cabíveis para que ele retorne ao seu país de origem. “O problema é que os custos são altos e bancados pelo governo brasileiro, por isso não há muitas operações nesse sentido”, informou.
Fonte: Maranhão News.